Brabham BT52B (BMW-Turbo, 4 cilindros)
14 de novembro de 1983, Senna chega para seu quarto teste na Fórmula -1, agora no carro campeão da temporada com Nelson Piquet, a convite de Bernie Ecclestone, dono da equipe.
O local do teste foi Paul Ricard, na França, e junto com Senna, também estavam os novatos, Roberto Guerrero da Colômbia e os italianos Mauro Baldi e Pierluigi Martini, todos desejando a vaga de Riccardo Patrese, que havia deixado o time para pilotar a Alfa Romeo em 84.
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Últimos ajustes. |
O primeiro a ir a pista é Piquet, da algumas voltas para ajustar o carro e vira 1'05"90, no momento que Piquet retornou ao box o carro não sofreria mais ajustes, e todos fariam seus testes a partir deles.
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Bernie Ecclestone, e o projetista Gordon Murray e Senna . |
Bernie ainda brinca, dizendo que Senna seria mais rápido que ele, Piquet, que respondeu "-Tudo bem, aposto 100 mil dólares!", já prevendo os tempos finais do teste.
Resultado final dos testes:
1° 1"05'90 Nelson Piquet
2° 1"07'80 Mauro Baldi
3° 1"07'90 Ayrton Senna
4° 1"08'60 Roberto Guerrero
5° 1"08'90 Pierluigi Martini
Piquet ficou 2" a frete dos novatos e justificou:
"Claro que eu seria mais rápido. Eu tinha acabado de ser campeão mundial naquela Brabham. Se um cara que estava conhecendo o carro naquele dia conseguisse me superar, era hora de fazer a mala e ir embora para casa"
Senna:
"Meu pior teste, com certeza, foi com a Brabham em Ricard. Eu estava sentindo que podia fazer muito mais..."
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Pierluigi Martini |
Mas dois problemas maiores que a vontade de Ecclestone de ver Senna seu segundo piloto afetaram em sua decisão.
1°- o principal patrocinador da equipe, a Parmalat queria um piloto italiano para ocupar a segunda vaga para chamar mais atenção da imprensa italiana.
2°- Piquet não queria Senna no time, fato que o mesmo negou, mas Herbie Blash, diretor da Brabham, e Chris Witty, diretor da Toleman (ambos juntamente com Ecclestone comandam a F-1 atual), e o próprio Senna disseram o contrário, que o veto partiu de Piquet.
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Piquet, Guerrero, Senna e Murray. |
Bernie Ecclestone:
"Nélson ficou muito chateado quando descobriu. Percebi isso porque ele, pela primeira vez, levou um assunto ao patrocinador. Disse a Parmalat que era estupidez ter dois brasileiros, pois eles nunca iriam se dar bem. E eu disse a Parmalat que Senna era mais veloz que Piquet e que era por isso que ele não o queria na equipe"
No final das contas o 2° posto foi ocupado por um italiano, mas não foi Martini e nem Baldi, e para falar a verdade foram dois italianos, os irmãos Fabi, Teo foi o titular do 2° carro, mas como dava prioridade a Fórmula Indy/CART nos EUA, quando dava choque no calendário, Corrado o substituía.
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Teo Fabi |
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Corrado Fabi. |
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Mauro Baldi |
Sempre bom salientar que a atitude "chorosa" de Nelson Piquet no automobilismo é algo "normal", e o próprio Ayrton Senna utilizou deste "método" algumas vezes, pois é só lembrarmos de Johnny Dumfries, Satoru Nakajima...
O ano de 1984 marcou o início da decadência da equipe Brabham, que, sucumbiu de vez no início dos anos 90.
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