quinta-feira, 8 de março de 2012

Pedal 04-03-2012 ...Rota dos Perais, Fontoura Xavier, Arvorezinha.

    Estava pensando em um nome para o roteiro, Rota dos Perais está bem adequado, pois em boa parte do percurso se pedala com um perau ao seu lado, ora ao seu lado esquerdo, ora ao seu lado direito, e em um momento, dos dois lados da estrada. Mas se batizasse de Rota do Inferno também estaria adequado, pela dificuldade do percurso e pelo total abandono de boa parte do mesmo na localidade de Pedras Brancas em Fontoura Xavier.
A caminho da serra.
    Como iriamos apenas em apenas três, eu Luciano e Fernanda, e só eu pedalaria, resolvemos sair mais tarde de Passo Fundo, eram 07:20 quando pegamos a estrada, que estava extremamente tranquila, chegamos em Vila Assis, distrito de Fontoura Xavier, as margens da BR-386 pouco antes da 09:00, estacionamos em frete ao Restaurante do Japonês.
   As 09:00 em ponto inicia  a aventura, mas nos poucos metros que fiz na BR, o pneu da frente estava 'dançando', murcho, calibrei novamente, e se fomos rumo ao desconhecido.
Início da serra do Rio Forqueta.
   Logo chegamos a localidade de Linha Tana, por uma estrada estreita, sinuosa, dali partimos para a estrada que liga Fontoura Xavier a Arvorezinha, nesta parte da estrada bem conservada, larga, lembrando muito a estrada para São Brás.    Começa as paisagens de serra a nossa esquerda, um enorme paredão de pedras, esperei para estar mais próximo para fotografa-lo, mas a estrada tomou outro rumo, não sendo mais visível o imponente paredão de pedras.
Não se perca.
  Dois quilômetros a frete um cruzamento, reto vai a localidade  de Campo Novo, e a direita vai ao nosso objetivo, mais três quilômetros a paisagem muda radicalmente, inicia a descida da serra do rio Forqueta, são sete quilômetros de descida sem 'intervalo comercial', para ajudar a estrada foi patrolada, e com a inclinação da descida, as vezes parece que os freios não são o suficiente para parar a bicicleta, mesmo rodando em baixa velocidade, e evitando ao máximo arrastar o pneu traseiro, se isso acontecesse era tombo na certa.
Vamô?
   A paisagem é de "cair os queixo", estrada sinuosa, com algumas curvas bem fechadas, com o morro de um lado e o precipício do outro, lembra muito a descida da serra na RS-470 entre Veranópolis e a ponte Ernesto Dornelles no Rio das Antas, lógico sem o transito e o asfalto.
   Sobre a ponte no rio Forqueta, da pra perceber a influência da seca na região, o leito do rio esta bem baixo, aparecendo uma enorme quantidade de pedras que visivelmente estariam submersas em condições normais, a ponte com uns 100 metros de extensão é estreita, possibilitando o cruzamento de apenas um veículo por vez.
Seca no Rio Forqueta.
Ponte sobre o Rio Forqueta, divisa entre Arvorezinha e Fontoura Xavier.
Junto as margens do rio, na localidade de Barro Preto, tem uma estrutura para festas com mesas e churrasqueiras na sombra da mata nativa, juntamente com um monumento a Nossa Senhora dos Navegantes, eu acho, não sou um profundo conhecedor de santos, me digam vocês!
    Agora, subindo a serra em direção ao principal objetivo, a estrada agora pela administração de Arvorezinha esta ótima, proporcionando uma "forçada a mais", mesmo sendo uma boa lomba.
   As orientações indicavam a entrada do Perau do Facão aqui;
    Enquanto o Luciano estacionava melhor a caminhoneta, eu fui ver se era ali ou não, uma estradinha acidentada, carro consegue descer, subir esquece.

            Pedalei até onde deu, a estrada virou uma trilha fechada em meio a mata, mesmo com o sol do meio-dia, eu não o enxergava, abandonei a bicicleta em meio as capoeiras e continuei a pé, quando a mata abriu, já estava caminhando sobre a 'passarela' natural do local, o som de queda d'água era forte, olhei para os lados e percebi que a altura é absurda, tranquilamente mais de 100m em alguns pontos.
Será que é alto!?
   A 'passarela' tem entre 250 a 300 metros de comprimento, e nas partes mais estreitas entre 3 a 4 metros, e toda recoberta por uma vegetação que encobre o final da mesma, ou seja, pisou fora da trilha, pode significar um passeio de helicóptero de resgate, isso se tiver "sorte"!
Passarela do perau.
 Na foto abaixo, demarquei o "início do fim" da passarela.
Na passarela Luciano e Fernanda nos 'modelitos' de verão, ehehe!
  Da passarela, só consegui foto parcial da queda d'água, da primeira, que segundo o site da prefeitura de Arvorezinha tem 80 metros.




Abaixado para não cair precipício abaixo.
   No final da passarela fica a trilha para o interior do vale, levaria horas para chegar onde queríamos, sem falar que não estávamos vestidos adequadamente 'para o serviço', e não tínhamos cordas para uma eventual necessidade, então deixamos para a próxima, tinha muito chão pela frete ainda.
  Retornamos pelo mesmo caminho até o "barquinho", onde paramos na sombra para o almoço, o já tradicional pão com linguiça frio, isotônico, frutas e barras de cerais, dali partimos para a localidade de Pedras Brancas, retornando a Fontoura Xavier.
  A estrada nesta localidade mudou bastante, estreita, acidentada, abandonada pelo poder público a anos, alguns trechos era simplesmente grama e mais nada, como em alguns trechos da trilha em frete ao Gran Pallazzo; outra coisa que chamou bastante a atenção é a pobreza das casas e a grande quantidade de propriedades abandonadas, na região apenas pequenas lavouras de fumo e milho.
    A estrada vai ficando cada vez mais intransitável, agora acredito que um carro de passeio teria dificuldades para superar o terreno.
Estradas condenadas.
   Além disso, não tinha certeza se já havia a conclusão da construção de uma ponte, se a mesma estivesse inacabada, eu iria passar a pé e o Luciano e a Fernanda retornariam por uma rota alternativa, ao chegarmos a ponte já estava operante, e a rota alternativa não existia mais...


Ponte nova.
  Cometemos um erro em nossa orientação, a estrada já não era mais a mesma do Google Earth, que neste local tem uma imagem antiga, sem data, e pouco nítida, e acredito que o abandono da região também contribuiu para nossa decisão errada, sabíamos que depois da ponte iríamos a esquerda, só que atualmente tem que ir um pouco a direita e depois a esquerda, se tivéssemos um GPS, e se o mesmo tivesse sinal naquela 'canhada', teríamos tomado a estrada errada, mas logo retornaríamos até achar a correta, e não iríamos tanto no sentido errado.
Nosso erro.
    Estávamos quilômetros no caminho errado, em uma descida o Luciano falou: "-Por aqui não volta, acho que não sobe nestas pedras soltas."
Será que sobe?
A estrada virou campo 'fechado' quando chegamos na última propriedade 'com vida', perguntei a um senhor se chegaria a Fontoura Xavier por ali, ele respondeu que sim, e que mais a frete a estrada se dividiria e deveria pegar a estrada debaixo, ao chegarmos neste 'entroncamento', o campo, quer dizer a estrada, conseguiu ficar pior, as capoeiras estavam na altura dos joelhos, uma 'reunião de emergência' se fez necessária.
   Larguei a bike na caçamba e decidimos tentar retornar, pois poderia ser pior a frete. 
As belas paisagens nunca nos abandonaram.
    Chegamos a temida subida, o talento de nosso motorista, profissional da boleia, e o torque monstruoso da Peugeot, nos fez superar a subida sem problemas, retornamos a ponte, achamos o erro, o Luciano perguntou se eu queria largar a bike e continuar o pedal, mas a decepção de minha cagada me fez dizer "-Não!".
   Agora no caminho certo, mas embarcado, a estrada esta com enormes pedras soltas, se fosse pedalando teria que empurrar a bike em vários trechos onde de magrela não cruzaria.
   A região de serra termina antes de chegar no município de Fontoura Xavier, fazia uns 10 anos que não o visitava, a área central desenvolveu bastante, mas o interior...
Fontoura Xavier.
 No total foram 40 quilômetros pedalados, dos 50 previstos, em 3° e 24' pedalados, a uma média de 11.7KM/h, parece baixa, mas acredite, não é.
Início da serra em Fontoura Xavier.




Olha lááááá´!!!!


Admirando o 'morrinho' abaixo. 

Fotinho pro bróguê!

Luciano e Fernanda.
Fotos Kusma:                                                             Fotos Fernanda:









*Considerações:
    -O roteiro esta ai para aqueles que quiserem se aventurar nele. O custo e relativamente baixo, saiu menos de 120 para nós três.
    -Recomendo irem meio logo, pois se neste 'ano mágico' não fizerem nada nas estradas em Pedras Brancas, a estrada irá sumir de vez, e virar trilha de vaca.
    -Aqueles que pedalam uma ou duas vezes por semana e pouca quilometragem não recomendo, percurso indicado a cicloturistas acostumados/adaptados a sofrer, percurso realmente exigente.
   -Queremos retornar ao Perau do Facão, mas ir de carro até o local e descer o interior do vale, quando marcarmos data, aviso.
    -Desculpem-me por informar o nome do local errado, não sei se vi escrito errado em algum lugar da na internet, ou "dislexei" desde o início, e levei muitos comigo a lerem errado, ehehehe!!
    -Assim que tiver acesso a todas as filmagens, editarei e publicarei no blog.


  *Agradecimento:
  Ao Tiago Zir Friedrichs, por suas informações referente ao percurso que seria realizado, meu muito obrigado!


 *Registrar também a incompetência das prefeituras de Fontoura Xavier e de Arvorezinha que em pleno 2012 não conseguem responder a E-mails.




                         "Os desafios são para serem vencidos,
                                                           não para serem temidos."
                                                                                   Kusma.

Um comentário:

  1. Acredito que o e-mail da prefeitura de Fontoura Xavier q vc tem deve estar errado. Sugiro enviar p/ o endereço q será atendido: gab@fontouraxavier-rs.com.br

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